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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Responsabilidade e caráter vêm de berço! Será?


Você certamente já ouviu alguém recitar que “educação vem de berço”, referindo-se às primeiras lições de bom comportamento, que desde muito cedo, são introduzidas aos indivíduos ainda no refúgio familiar.

Mas o que essa premissa tem a ver com o fazer jornalístico?

Na realidade a resposta é simples: tudo! E mais, apesar de não duvidar que a educação (seja ela comportamental ou intelectual) seja fundamental para qualquer profissão, defendo a ideia de que para o jornalista - assim como para alguns outros profissionais que desenvolvem atividades com uma exigência maior de comprometimento, e conseqüentemente com uma carga maior de impacto na sociedade - essa máxima deveria ganhar alguns outros atributos, como: responsabilidade e caráter, por exemplo. E quanto ao berço, poderíamos aqui nos referi alusivamente à universidade que – ao menos na teoria - é o espaço convencionado a desenvolver e preparar tais profissionais.

Mas até que ponto um curso universitário tem a ensinar sobre responsabilidade profissional (e pessoal)? Será que é possível se aprender a ter caráter dentro de uma sala de aula?

Sou um pouco cética quanto a tais questionamentos, primeiro por acreditar que 50% do jornalismo é composto por vocação. E não me refiro unicamente à vocação de escrever bem, - já que pra mim isso deveria ser um compromisso e uma obrigação pessoal – não só para jornalistas. Mas vocação de comprometimento, de respeito, de missão mesmo. E isso, meu caro, não se ensina, ou tem ou não tem.

Durante o semestre passado vivi, na faculdade, uma experiência maravilhosa e proporcionalmente incômoda. Maravilhosa por que por seis meses tive a especial oportunidade de ser aluna de uma grande profissional do jornalismo brasileiro e paraibano, exímia enciclopédia humana, super dedicada à sua função, antenada com novas tecnologias da comunicação e – acredite – cega.

O incomodo, porém, se deu pela frustração de,  por um motivo bem tolo, não ter podido explorar mais de tal oportunidade. Já que uma boa parcela dos meus colegas não conseguiu adaptar-se a uma professora que – aparentemente - não os enxergava.

Piadinhas, diálogos incansáveis e até pegadinhas das mais inacreditáveis eram certas a cada aula. Como num dia em que um colega entrou na sala na ponta dos pés, após ser avisado por celular que a chamada seria feita, e tão logo respondeu “presente”, retirou-se da sala, sem ao menos ouvir uma única palavra da aula. Uma lástima, pra ele, claro.

Por inúmeras vezes tive que respirar fundo e contar até mil para não expressar de forma veemente meu repúdio, mas por fim entendi que os grandes prejudicados, de todo o circo, eram os próprios artistas, não eu, e muito menos a já tão experiente docente. Afinal, de quem realmente seria a deficiência? Da profissional (que enfrentou todas as possíveis e impossíveis limitações e conquistou um lugar de destaque, sendo inclusive homenageada - neste mesmo ano – por um conceituado prêmio jornalístico do estado),  ou dos inocentes jovens, que apesar de já estarem numa sala acadêmica demonstravam que pouco assimilaram do berço pelo qual já passaram, e menos ainda, do que encontram-se agora?



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