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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

[Pesquisa] Notícia pra ninguém ler

A clássica cena de um astuto cachorro que apanha o jornal no jardim e traz até a mesa, onde seu dono o aguarda para aproveitar o dejejum e se inteirar das notícias do dia tem se limitado, cada vez mais, as nossas remotas memórias (ou as cenas de antigas ficções). O  cotidiano atual não é mais assim. 

Uma recente pesquisa, realizada pela americana Pew Research, destacou que as empresas jornalísticas têm reais motivos para se preocuparem com o futuro de suas produções. Já que, diferente das gerações anteriores, os leitores de faixa etária entre 18 a 47 anos não têm o mesmo interesse por notícias.

Os números revelados na pesquisa apontam que consumidores de notícias da chamada Geração X, que abrange a faixa de 33 a 47 anos e os Millennials, de 18 a 31 anos demonstram poucos indicativos que se tornariam consumidores ativos de notícias, ainda que os meios fossem alterados.

Enquanto 58% da faixa etária de 48 a 84 anos são leitores que  consomem muita notícia diariamente, apenas 45% da geração X e 29% dos usuários de 18 a 31 anos dizem se interessarem por produtos noticiosos. 

Para as pesquisas, porém, esse índice não é novidade. Há anos estudos comprovam que as pessoas tem lido menos e embora as empresas jornalisticas estejam adequando suas produções para um futuro cada vez mais móvel e conectado, os dados comprovam que muito mais do que uma adaptação, o jornalismo precisa reconquistar a audiência, ou do contrário, escreveremos pra nós mesmos.

Mais informações (em inglês) 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

desEncontros da crítica com Fátima Bernardes


O desafio da superação é sempre maior do que o da conquista. Que o diga Fátima Bernardes que após estrear seu “Encontro”, em 25 de junho, passou a ser figurinha fácil nas notinhas e artigos da crítica. 


Confesso que não assisti ao programa de estréia, e das duas vezes que consegui vê-lo, ainda na primeira semana, também achei que alguma coisa estava fora do lugar, tentando se encontrar. Normal, se levarmos em consideração que se tratava de um novo projeto, uma nova equipe, em plena fase de integração. Mas, BEM anormal pra quem achou que encontraria uma Oprah brasileira, com desenvoltura de Ana Hickmann, carisma de Xuxa, experiência de Hebe, humor da Sabrina Sato, seriedade de Marília Gabriela e sabe-se lá mais o quê. (Atenção: Exemplos meramente ilustrativos)

Entretanto, agora, perto de completar 2 meses de programa as notícias parecem ser um pouco mais racionais. Portais, blogs, revistas e jornais dão conta do crescimento da audiência, da aceitação do público e de uma progressiva evolução do programa, e da apresentadora.

 Ah, sério???

Será que todo mundo precisou de 2 meses pra entender que ninguém nasce pronto (nem baiano. Isso é lenda), muito menos a Fátima que por ser Bernardes pagou o preço de não vir pronta, programada para dar ibope, com ou sem bancada???

E a pergunta que não quer calar: será que as boas notícias se devem ao programa que se encontrou, ou aos críticos que se perderam antecipadamente, em meio às suas ásperas alfinetadas, em busca de views e vendas?

Tenho cá minhas dúvidas!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A catástrofe anunciada




O ano de 2012 mal começou, e em menos de um mês já pudemos entender o porquê que, bem antes dos calendários alcançarem o dia 1° de janeiro, já o anunciavam como um ano catastrófico, com previsões de tsunamis e desastres hollywoodianos, inspirando inclusive grandes produções do cinema.

Em três semanas nossos olhos e ouvidos foram tomados por uma enxurrada de notícias e informações. De celebridade instantânea que emergiu da Paraíba – ou seria do Canadá? - para o mundo a uma possível guerra virtual, entre poderosos hackers e autoridades – apoiadas por multiempresas – americanas.

Não coincidentemente, nos últimos dias, os assuntos que ganharam destaque nas pautas da imprensa tradicional surgiram nas redes digitais, ou, de alguma forma, envolveram a internet. E o grau de imersão que nos encontramos perante as plataformas digitais é exatamente o que justifica essa não coincidência. Constatação que desperta alguns questionamentos: quantos acontecimentos, movimentos de cunhos sociais e assuntos de importante relevância, até mesmo relacionados à internet, foram desprestigiados enquanto noticiários nacionais dedicavam-se a conhecer a menina Luiza? Sinceramente, em meio a uma nação em permanente estado de caos, ainda me pergunto: quem é Luiza?

Mas pra entender em que afetariam a nós -  brasileiros -  as propostas de lei, em debate nos EUA, que visam coibir a violação dos direitos autorais na internet, basta imaginar uma internet sem Youtube, sem blogs, sem emails, sem redes sociais – como Twitter e Facebook – e também sem os famosos downloads. Algo, certamente, bem difícil de conceber.

Ainda assim pouquíssimos brasileiros – especialmente, os internautas - sabem o que é SOPA ou PIPA, mas se questionados certamente saberão quem é Luiza. Sopa, sigla atribuída à Stop Online Piracy Act, em português algo como Lei de Combate à Pirataria On Line é um projeto de lei americano que tramita na Câmara dos Representantes dos EUA, e propõe leis com regras mais rígidas em detrimento a pirataria digital. O projeto, se aprovado, implementará um sistema de busca que bloqueará sites acusados de infringir direitos autorais. Já o Pipa, Protect IP Act, trata-se de um segundo projeto de lei, que também tem como base os direitos autorais e sua relação com a internet, este se encontra no Senado americano e aguarda votação. Mesmo não se tratando de assuntos genuinamente brasileiros, as gigantescas ondas causadas por esse abalo sísmico americano também atingiriam ao Brasil, já que a grande maioria das plataformas utilizadas na internet são criações americanas ou pertencem a empresas que mantém seus servidores em território americano.

Sinceramente, quero acreditar que o reboliço causado por Luiza, que já voltou do Canadá, não se perpetue ao ponto de tirar o foco dos assuntos que verdadeiramente possam causar uma catástrofe mundial. Já que somos mesmo seres conectados, e para isso não há mais volta.


sábado, 31 de dezembro de 2011

Daniel Piza - Infeliz coincidência

Na noite desta última sexta do ano (30) o autor e jornalista Daniel Piza faleceu decorrente a um acidente vascular cerebral (AVC). 
Em seu blog, na página do Estadão de São Paulo, uma infeliz coincidência choca. Há exatos 4 dias antes de sua morte o jornalista relatou num post intitulado "Lágrimas" que o final de 2011 foi marcado por mortes marcantes.
No print abaixo a dissonância do destino. O post publicado por Piza em 26 de dezembro de 2011, e logo acima o destaque da notícia sobre sua morte no portal do Estadão.



Em seu último post, este escrito na quarta dia 28, ele anuncia a pausa para o final de ano e promete um retorno no dia 11.

"Parada de fim de ano. Volto no dia 11. Feliz 2012 para todos nós."

Daniel Piza, nasceu em São Paulo em 1970 e estudou Direito no Largo de São Francisco (USP), iniciou sua carreira de jornalista em "O Estado de S. Paulo" (1991-92), onde foi repórter do Caderno 2 e editor-assistente do Cultura. 

Trabalhou em seguida na Folha (1992-95), como repórter e editor-assistente da "Ilustrada", cobrindo especialmente as áreas de livros e artes visuais. Foi editor e colunista do caderno Fim de Semana da "Gazeta Mercantil" (1995-2000).
Em maio de 2000, retornou para "O Estado de S. Paulo", em que trabalhava como colunista.
Traduziu seis títulos, de autores como Herman Melville e Henry James, e organizou seis outros, nas áreas de jornalismo cultural e literatura brasileira, segundo informa o site que mantinha.
Escreveu 17 livros, entre eles Jornalismo Cultural (2003), a biografia Machado de Assis --"Um Gênio Brasileiro" (2005)--, "Aforismos sem Juízo" (2008) e os contos de "Noites Urbanas" (2010). Fez também os roteiros dos documentários "São Paulo" --Retratos do Mundo e Um Paraíso Perdido-- e "Amazônia de Euclides".
O jornalista deixa a mulher, a também jornalista Renata Piza, e três filhos. [Folha]

Atordoada e triste com a obrigatoriedade de aumentar a lista de grandes nomes que partiram, feita pelo próprio Piza, desejo à todos um ano de grandes evoluções, conquistas e sucesso para todos. Que Deus nos abençoe! 

sábado, 15 de janeiro de 2011

Twitter X Furo Jornalístico

O furo jornalístico está pro jornalista assim como o gol está para um jogador de futebol. É a consagração de um trabalho dedicado e de horas de apuração e investigação.
Entretanto, há algum tempo este patrimônio do jornalismo tem sofrido com a redução do triângulo: fonte - jornalista - público, nas redes sociais, de grande aceitação entre aqueles que antes só se pronunciavam através de ofícios ou coletivas de imprensa.
Fato recente que chamou a atenção imprensa local foi a divulgação do novos secrétarios, para o novo governo do recém empossado Ricardo Coutinho (PSB) que usou o microblog Twitter @realcoutinhocom direito a hora marcada.
Esse é apenas um dos inúmeros exemplos de autoridades ou celebridades que utilizam das redes sociais como canal direito com seu público.
Sobre o tema o jornalista Carlos Castilho do site Observatório da Imprensa publicou em julho de 2009 que "para os repórteres e editores, a ampliação do uso do Twitter marca mais um passo na direção do fim da era do furo jornalístico. É também um novo empurrão no sentido da transformação dos profissionais em orientadores e contextualizadores das informações passadas ao público pelos tomadores de decisões e formadores de opiniões."
Entretanto, não se pode supervalorizar as redes sociais ao ponto de condenar o furo jornalístico ao desuso absoluto, até mesmo por que dentre centenas de informações divulgadas ao grande publico, sem intermédio da imprensa, milhares de outras continuaram ocultas nas redes sociais, e só chegarão até elas através do trabalho jornalístico.
Fato indiscutível, é que o jornalismo passa longe de ser uma profissão estática. Movida pelas descobertas e adaptações a atividade jornalística descobriu e ainda descobrirá muitos desafios ao longo de sua execução na história, sem grandes catástrofes ao que se refere a suas características essenciais.


Leia também: "Algumas referências sobre twitter e jornalismo" (Via Mídias Digitais Internet)