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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Mudaram as redações...


Outro dia lendo os artigos do site da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial -   Aberje (se você ainda não acompanha, #ficaadica) vi um texto super interessante que falava sobre a curiosidade dos Relações Públicas. E foi justamente a curiosidade - já que não é esse o meu curso- que me levou a ler o artigo e chegar até aqui. 

A publicação assinada pela RP Lala Aranha, autora do livro Cartas a um jovem Relações Públicas, discorre sobre duas características que segundo a autora são indispensáveis a um RP : bom sendo e curiosidade.

Quanto ao bom senso Lala diz que "grandes paixões e ódios não combinam com a profissão", já sobre a curiosidade dispara: "Seja curiosa. Não deixes informações “no ar” ou qualquer dúvida sem resposta. Vá à busca dela.  Apure o que existe por trás dos bastidores, nas entrelinhas."

Alguma coisa lhe parece familiar???

Pois é, qualquer semelhança com o nosso mundo de pautas, leads e notas não é mera coincidência, pelo contrário, tudo faz muito sentido. Nesses três anos de faculdade tenho observado muito como algumas pessoas são talentosas na arte de distorcer o que de fato é ser jornalista.

Ao mesmo tempo que vejo pessoas extremamente deslumbradas, se achando o Ali Kamel ou uma espécie de super-herói com seus poderosos caracteres mágicos (alguém ai lembra do quarto poder?), observo tantos outros formando uma massa preguiçosa de replicadores, que não redigem seus próprios textos, mas preferem usar o prático ctrl+c ctrl+v e na hora de apurar nem se quer se dão o trabalho de chegar uma informação via telefone, que dirá em loco. 

Sim, eu sei que muitos tubarões profissionais e foquinhas podem estar repreendendo a minha poética visão romântica do jornalismo ou se questionando se, nos dias de hoje, ainda existe alguém que faça ou haja diferente do que citei. 

Bom... quanto ao romantismo, confesso que ainda carrego comigo o peso da teoria, além da admiração pelo jornalismo puro, autentico. Já sobre ter uma alma que se salve... eu adoraria responder que sim, mas não tenho fontes seguras para essa afirmação. E o questionamento só cresce: mudou o jornalismo ou mudaram os jornalistas???

Leia o artigo completo "A Curiosidade e o Perfil do Relações-Públicas"

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Londres em chamas, jornalistas acesos: bastidores de uma cobertura 2.0


Não se fazem mais jornalistas como antigamente. Não desses com bloquinhos de anotação, caneta, um gravador e, no máximo, um celular 2G. Uma boa cobertura exige estar sempre ‘on’, ligado via smartphone e redes sociais no que está acontecendo a seu alcance e longe de si. Experimentei esse gostinho do jornalismo 2.0, já quase 3.0, enquanto cobria o quebra-quebra de Londres na semana passada. Como correspondente de última hora, também fiquei de olho em como os coleguinhas da imprensa britânica exploram as novas tecnologias na produção de notícias.
Eram duas da matina de terça (2 de agosto) quando recebi e-mail do chefão de São Paulo pedindo cobertura especial de Londres. Não tenho televisão em casa e, por isso, sintonizei o iPlayer da BBC (gratuito por aqui) para acompanhar as atualizações dos ataques na cidade. Escarafunchei os sites da Metropolitan Police e de Downing Street – gabinete do premiê – para saber dos números oficiais de presos, focos de tumulto no Reino Unido e agenda emergencial de David Cameron. Como todo órgão possui assessoria e está na rede, hoje é muito mais fácil encontrar informação precisa on-line. Ainda mais em casos excepcionais, como #londonriots.
Além de fazer um relato bem completo sobre cada ponto de incêndios e saques em Londres, o blog do 'The Guardian' listava o avatar dos repórteres que estavam no Twitter. Passei a seguir os 'correspondentes de crime': @PaulLewis, @sandralaville e @lizzy_davies. O Paul estava trabalhando de madrugada, tuitando a cada cinco minutos sobre a situação do local em que estava. Como no rádio, a cobertura via Twitter é recheada de intervalos fáticos e informações por se confirmar. Dizia Paul: “há relatos de incêndios em tal local” ou “situação mais calma por aqui, estou de saída para outra área”.
Salvei no celular os locais atingidos por vândalos àquela hora para seguir pra lá no início da manhã seguinte. Às 7 da manhã, já estava no trem rumo a Londres lendo o 'Daily Mail' via smartphone. O jornal acusava as redes sociais de serem as responsáveis pela onda de violência no Reino Unido. Determinismo tecnológico não cola comigo. Nem comigo nem com a galera do 'The Guardian', que respondeu à altura com um artigo sobre tecnologia e organização dos arruaceiros. O BlackBerry teria sido o canal preferido dos jovens rebeldes para planejar o quebra-quebra. Imediatamente, passo a seguir @UK_BlackBerry que, 1.0, não sabe bem como responder às questões de dezenas de tuiteiros e jornalistas sobre as mensagens que teriam sido trocadas pelos brigões por meio do Messenger do aparelho.
No meio do tiroteio tecnológico, encontro uma bandeira de paz e amor na tuitosfera. A campanha #riotcleanup mobilizava britânicos a ajudar comerciantes lesados pelos ataques. Pela hashtag, descobri que um dos grupos de voluntários estava em Hackney, um dos bairros mais afetados pelos crimes na noite anterior. O GPS me ajudou a chegar à notícia sem muito esforço. Fiquei pensando nas voltas que dei como repórter da 'CBN', atrás da fonte, do lugar exato da entrevista, até ficar tonto. Na época, cinco anos atrás, tudo que eu queria era uma bússola. Hoje, quase todos os jornalistas britânicos do mainstream têm.
Cruzei Londres do norte ao sul, entrevistando, acompanhando sites, blogs, tuítes, tuitando (claro!) e batendo textos pra cumprir a meta de tempo-real. E aí, o inevitável: a bateria do telefone móvel e do laptop acabou! Como tirar fotos da megainterdição em Clapham Junction? E da rua com todas as lojas depredadas? Se discordo da tese de determinismo tecnológico, não posso esquecer as sábias palavras do maior teórico da sociedade em rede, Manuel Castells: “tecnologia é sociedade”. Portanto, o exercício profissional de um jornalista 2.0 só pode ser compreendido levando-se em consideração seu uso da tecnologia.
Mas a gente dá um jeito. Dentre ruas vazias, quase sem viv’alma, encontrei um pub. Enquanto carregava o laptop, assistia ao telão da 'SkyNews' com as últimas notícias do dia. Com alguma bateria, volto ao local do crime, em Clapham Junction, e descubro que tem WiFi no meio da rua.... É Londres, afinal! Retomo a 'transmissão' para o Brasil e sigo conectado a todos os outros pontos da capital britânica via Twitter. Taí o futuro de nossa profissão: ser transmídia 24 horas! Haja fôlego!

Diego Iraheta é jornalista concluindo mestrado de Mídias Digitais na University of Sussex, na Inglaterra. Twitter: @diego_iraheta

 

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A primeira (e permanente) impressão


Quando eu era pequena, na altura dos meus 12 anos, já demonstrava uma forte ligação com o jornalismo, produzia fanzines e por um longo período até ensaiei um livro biográfico, que logo acabou se perdendo por culpa da fragilidade dos antigos disquetes.
Naquela época eu já dizia que seria jornalista, mas para descontento da minha tia, que estava concluindo a faculdade de Psicologia e se orgulhava da sobrinha determinada, brincava dizendo que seria “jornalista de fofoca”. No fundo o que eu não queria era enveredar pelo jornalismo policial. Sangue e tiroteio definitivamente nunca fizeram parte dos meus projetos.
Os anos passaram-se, eu cresci e quase tudo mudou, menos a certeza de que “Correio Verdade”, “Cidade Alerta”, “Linha Direta” e afins não fazem o meu estilo. Mas, estando na faculdade e sendo apresentada a realidade do que de fato concerne o jornalismo, percebi que não apenas o segmento policial é responsável por criar aquele certo desconforto, o tal “friozinho na barriga”, mas sim o jornalismo por completo.

Coragem, prudência, Ética, Responsabilidade, são apenas algumas das características fundamentais ao bom profissional de imprensa.
Coragem pra enfrentar as fortes barreiras do poder, que tentam burlar os olhos atentos daqueles que por dever são responsáveis por proporcionar a transparência.
Prudência ao observar, ao relatar, questionar, afirmar e noticiar.
Ética na apuração, na tão questionável imparcialidade e no ser Jornalista.
Responsabilidade, em cada ato, pontos e vírgulas.

Embora cada nova descoberta me distancie do “jornalismo de fofoca” da minha infância, cresce proporcionalmente o tal “friozinho na barriga” que me faz respirar fundo em alguns momentos, mas sobretudo me dá a certeza de que foi pra isto mesmo que eu nasci.