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sexta-feira, 29 de julho de 2011

A primeira (e permanente) impressão


Quando eu era pequena, na altura dos meus 12 anos, já demonstrava uma forte ligação com o jornalismo, produzia fanzines e por um longo período até ensaiei um livro biográfico, que logo acabou se perdendo por culpa da fragilidade dos antigos disquetes.
Naquela época eu já dizia que seria jornalista, mas para descontento da minha tia, que estava concluindo a faculdade de Psicologia e se orgulhava da sobrinha determinada, brincava dizendo que seria “jornalista de fofoca”. No fundo o que eu não queria era enveredar pelo jornalismo policial. Sangue e tiroteio definitivamente nunca fizeram parte dos meus projetos.
Os anos passaram-se, eu cresci e quase tudo mudou, menos a certeza de que “Correio Verdade”, “Cidade Alerta”, “Linha Direta” e afins não fazem o meu estilo. Mas, estando na faculdade e sendo apresentada a realidade do que de fato concerne o jornalismo, percebi que não apenas o segmento policial é responsável por criar aquele certo desconforto, o tal “friozinho na barriga”, mas sim o jornalismo por completo.

Coragem, prudência, Ética, Responsabilidade, são apenas algumas das características fundamentais ao bom profissional de imprensa.
Coragem pra enfrentar as fortes barreiras do poder, que tentam burlar os olhos atentos daqueles que por dever são responsáveis por proporcionar a transparência.
Prudência ao observar, ao relatar, questionar, afirmar e noticiar.
Ética na apuração, na tão questionável imparcialidade e no ser Jornalista.
Responsabilidade, em cada ato, pontos e vírgulas.

Embora cada nova descoberta me distancie do “jornalismo de fofoca” da minha infância, cresce proporcionalmente o tal “friozinho na barriga” que me faz respirar fundo em alguns momentos, mas sobretudo me dá a certeza de que foi pra isto mesmo que eu nasci.




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