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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Skoob: uma paixão tardia



Andei comentando esses dias no meu Twitter que acabo de descobrir um novo vício: o Skoob. Na realidade eu já o conhecia, tinha até dado uma "olhadela" sem muita atenção e nunca mais voltei. Demorou até que, num desses passeios descompromissados pela rede, retorna-se a página e simplesmente me apaixonasse.

Desprendi algumas horas da minha madrugada para criar um perfil e tão logo - como uma légitima skoober - comecei a organizar a minha estante. Inicialmente com os livros que eu pretendo ler, algo em torno de 35 obras, todas voltadas ao jornalismo e à comunicação digital.


Pra quem ainda não conhece, o Skoob, é uma rede social dedicada à livros. Através de uma conta gratuita seus usuários podem compartilhar títulos (não dá para ler, como no Google Livros) dos livros que você já leu, que pretende ler, que possuí, que mais gostou, que deseja ganhar ou trocar.

A base da rede segue as que já conhecemos, os usuários podem interagir com os demais cadastrados, os adicionando e seguindo, ou ainda participando de fóruns de debates sobre temas específicos.

Apesar de não estar entre as plataformas de maior destaque, o Skoob se apresenta como uma ótima alternativa para quem deseja conhecer novas obras, já que seus usuários podem produzir resenhas, comentários e demais observações sobre suas leituras. E caso não encontrem o livro que desejam, a plataforma ainda permite que os próprios usuários alimentem o banco de livros. Fantático!

Muito embora a minha rotina não me permita dedicar-me a mais uma rede social (ainda  me recuso à participar do Google +) adorei conhecer o Skoob, e recomendo. Primeiramente pela questão da organização de leituras, mas especilmente pela descoberta de novos títulos. Em poucas horas a minha lista de desejos cresceu em 100%.

Aliás, comecei o ano como uma traça... super diciplinada à devorar todos os meus livros pedentes (especialmente os ebooks), e acho que a meta está dando certo. Em 29 dias já foram 3 livros.  E hoje começo um novo. \o/ Só duas questões me atormentam em meio a toda essa empolgação: Por que raios eu não fui uma criança nerd? Por que deixei somente para agora a leitura que eu deveria ter feito a minha vida inteira? Enfim... certamente algum grande gênio me diria: "antes tarde do que nunca". E assim sigo... me acompanha?

  

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

As tantas manias do Jornalista

Convenhamos, jornalista não é um ser comum. Diferente de outros profissionais, jornalista não sai de seu local de trabalho e deixando para trás o profissional, jornalista é jornalista 24 horas. Ele não dorme, sempre sabe (ou tenta saber) de tudo, é quem, numa conversa entre amigos, sempre tenta introduzir a discussão sobre a disputa, entre britânicos e argentinos, pelas ilhas Malvinas e é ele também quem sempre tem um questionamento quando tudo parece resolvido.

O divertido blog Desilusões Perdidas, do jornalista (ou pseudo, vai saber) Duda Rangel enumerou 50 manias peculiares ao profissional da imprensa, que comprovadamente constatam: não, nós não somos normais, somos jornalistas!

1. Mania de guardar recorte de matéria pra nunca mais ler. 
2. Mania de reclamar demais.
3. Mania de passar a madrugada na internet, mesmo depois de um dia intenso de trabalho.
4. Mania de tomar remédio pra dormir.
5. Mania de achar que sabe tudo.
6. Mania de ter opinião sobre tudo.
7. Mania de se sentir perseguido por todos.
8. Mania de querer salvar o mundo.
9. Mania de liberdade.
10. Mania de acreditar que um dia a coisa melhora.
11. Mania de recorrer a velhos clichês na hora de escrever uma matéria.
12. Mania de ajeitar o cabelo um milhão de vezes antes do link.
13. Mania de dar carteirada.
14. Mania de comer e escrever um texto ao mesmo tempo.
15. Mania de deixar o teclado todo cheio de gordura e resto de comida.
16. Mania de querer tudo pra ontem.
17. Mania de fingir riqueza pros vizinhos.
18. Mania de ter um blog.
19. Mania de chegar atrasado às pautas.
20. Mania de tomar café.
21. Mania de escrever um texto enorme e depois ficar cortando pra caber.
22. Mania de ir pra rua e ficar olhando pra tudo e todos, feito cachorro que vive preso em apartamento.
23. Mania de ler 50 vezes o próprio nome estampado na primeira página do jornal.
24. Mania de falar mal dos outros, principalmente de outros jornalistas.
25. Mania de declarar guerra aos assessores de imprensa.
26. Mania de achar que tudo pode render, pelo menos, uma nota.
27. Mania de ficar feliz com qualquer presentinho, feito cachorro carente.
28. Mania de rabiscar umas três frases por página do bloquinho e já pular pra outra.
29. Mania de encher o saco dos amigos na caça de bons personagens.
30. Mania de encher o texto de aspas.
31. Mania de ser DJ nas horas vagas.
32. Mania de ser poeta nas horas vagas.
33. Mania de ser esquisito.
34. Mania de namorar outros jornalistas.
35. Mania de roubar a pauta dos outros.
36. Mania de “produzir” fotos, de orientar personagem, de acabar com a naturalidade.
37. Mania de ser saudosista.
38. Mania de requentar informação.
39. Mania de fazer pergunta óbvia.
40. Mania de se fingir de morto na reunião de pauta pra não pegar roubada do chefe.
41. Mania de pisar no pé do colega na luta pra chegar mais perto do entrevistado.
42. Mania de achar que vai conseguir furos fuçando no Twitter.
43. Mania de desorganização.
44. Mania de parecer envergonhado na hora de tietar entrevistado famoso.
45. Mania de esconder o time de coração quando se é jornalista esportivo.
46. Mania de se sentir mais importante só porque trabalha num jornal grande.
47. Mania de se sentir menos importante só porque trabalha num jornal pequeno.
48. Mania de ir ao bar e passar 76,7% do tempo falando só de jornalismo.
49. Mania de ir ao bar e passar 23,3% do tempo discutindo quem é e quem não é gay na redação.
50. Mania de dizer que não tem manias.


E ai, alguma identificação? rsrs


Tendo crise de riso, me despeço desejando um ótimo final de semana!!!


Foto: Getty Images

Quando uma letrinha muda tudo

Acabou de ser compartilhado pelo colega @cacabarbosa, através do twitter, a notinha do colunista Fábio Bernardo, publicada hoje no jornal Correio da Paraíba.
O que deveria ser somente mais uma propaganda desnecessária de comemorações da alta sociedade paraibana uiiii virou piada nas redes sociais, tudo por culpa de uma maléfica letrinha.




No site do colunista, no entanto, a nota saiu correta, mas o impresso tem dessas: uma vez publicado, só resta mesmo se justificar:






Moral da história: revisão nunca é demais, uma letra pode mudar tudo, até mesmo a "atração" de uma tradicional festa de 15 anos.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um jornalismo de faz de conta



Não são raras as vezes em que os portais de notícias e jornais impressos apresentam praticamente a mesma pauta de notícia, a mesma capa ou as mesmas chamadas, como se  houvessem participado de uma única reunião de pauta, recebido os mesmos releases e dai sim sentado para redigir suas matérias, com uma ou duas vírgulas que distingua. Como se nada mais, além daquilo que todo mundo já leu, acontecesse no mundo que pulsa fora das redações. 

Num recente artigo, publicado pelo portal IMPRENSA, o jornalista e professor Wilson da Costa Bueno desconstrói toda a glamuralização que é ministrada nos cursos de jornalismo a cerca do dia a dia de uma redação. Segundo ele, as emblemáticas e organizadas reuniões de pauta atualmente são cada vez mais escassas, assim com o "espírito investigativo", e as  tão recorrentes características na definição do fazer jornalismo: ética, objetividade e neutralidade. Para Bueno a realidade é outra: "Embora reuniões de pauta ainda existam, é fácil perceber que, na maioria dos veículos, agora fragmentados em editorias, e, portanto, com tempos de produção diversos, as coisas não são tão óbvias nem tão charmosas"

E o professor, que também mantém um blog na internet, vai além ao dizer que atualmente as notícias que viram manchetes são frutos de assessorias e não mais do trabalho jornalístico de buscar os fatos ocultos, que certamente não serão disponibilizados gentilmente pelas fontes. Sendo assim, indago: estariam os jornais noticiando o que querem - os poderosos - que a sociedade saibam e não o que ela, de fato, deveria saber? E qual o papel do jornalista nessa empreitada, o de redator, tão somente?

Não é de hoje que na imprensa - assim como em outras relações da sociedade - manda quem pode e obedece quem tem juizo e quer manter seu emprego. Mas até onde essa submissão é aceitável? Estaríamos vivendo hoje um jornalismo de faz de conta: Faz de conta que eu (imprensa) te informo, e você (leitor) faz de conta que acredita em mim?


Para Bueno, não há formula secreta: "Para pautar de verdade, é necessário abrir os olhos, arregaçar as mangas, gastar sola de sapato e descartar a mesmice. As boas pautas não costumam cair no colo e só podem ser feitas com autonomia e coragem. Exatamente o contrário do que propõe o Departamento Comercial, preferem os anunciantes e andam fazendo os jornalistas preguiçosos."


Enquanto valiosos contratos e nebulosos acordos nutrem os cofres e as páginas dos impérios da comunicação, perde o povo e o jornalismo. E assim caminha a humanidade, sabe-se Deus pra onde.


Leia o artigo completo do Wilson Costa Bueno

Foto: Getty Images

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A fabulosa visita ao camarim do JJ*



Era final de 2005, havia ingressado no curso de Radialismo - e com o coração já enfervecido pelo sonho do Jornalismo -  quando resolvi enviar uma carta (na época não se tinha Twitter ou Facebook, e email era coisa ainda que esquecida para algumas pessoas) para uma emissora de rádio e Tv da minha cidade. Em duas páginas escrevi sobre a minha história, a paixão pela comunicação, e o meu desejo de conhecer os bastidores de uma emissora (de verdade).

Não demorou muito e uma moça solícita me telefonou, informando dia e horário da minha visita. No dia combinado, sai de casa toda serelepe, quem sabe não era a hora de alguém  perceber a minha paixão e o meu desejo de fazer.

Quando cheguei a emissora, levei um pequeno "chá de cadeira" até que a moça simpática veio me recepcionar:

- Você que é Juliny Barreto. Perguntou lendo o envelope.
- Sim, sou eu. Respondi meio tímida.
Ela sorriu e disse:
- Pode me acompanhar.

Passamos por uma catraca (daquelas que tem no ônibus, sabe?) e subimos umas escadas. Logo avistei enormes salas, revestidas com paredes de vidros, superlotadas de computadores e gente, muita gente. Falando ao telefone, digitando e realizando as duas funções ao mesmo tempo. Não era gente simples, eram jornalistas. Meus olhos marejaram.

- Um dia serei um deles. Pensei e continue apressando o passo pra acompanhar a moça que  já ia bem a frente.

Ao final do corredor, ela abriu uma porta e disse:

- Pode entrar, esse é o camarim do João Januário**.

Dei dois passos ainda sem entender o porquê da felicidade dela, em me pronunciar tais palavras. Mas não demorou para que eu entendesse o entusiasmo. Um rapaz que arrumava um terno, bradou sorridente:

- Ahhhh! É mais uma fã do JJ**??? Pode sentar aqui na cadeira dele, todas que vêm aqui ficam loucas para tirar foto sentadas nela.

Na minha mente só um suspiro:

- Oi???

Não entendi nada. Como assim fã? Como assim sentar na cadeira do JJ*? "Como assim loucas para tirar uma foto sentada nela"?
Ora, ou eles não haviam lido a minha carta ou estavam me achando com cara de tiete apaixonada pelo senhor que declamava belas mensagens de autoajuda, e logo anunciava mais um esfaqueado em pleno horário do almoço. Mas podia ser as duas opções, o que era ainda pior.
Soltei um sorriso amarelo e disse:

- Obrigada, mas eu não quero foto na poltrona do JJ**. Aliás, vim por que sou estudante de radialismo.

Como se a magia  havia acabado vi os semblantes mudarem:

- Ah, você é estudante? Então pode sentar ali naquela cadeirinha, te chamo quando o programa começar. Disse desapontada, e já não tão simpática moça.

Desconsolada, aguardei enquanto concluía: 
- O que me resta é estudar mais, pra quem sabe um dia conquistar "uma poltrona", quiçá um "camarim". Mas sem fãs por favor. 

** Apesar da história ser verídica, alguns nomes foram alterados.
Foto: Getty Imagens


A catástrofe anunciada




O ano de 2012 mal começou, e em menos de um mês já pudemos entender o porquê que, bem antes dos calendários alcançarem o dia 1° de janeiro, já o anunciavam como um ano catastrófico, com previsões de tsunamis e desastres hollywoodianos, inspirando inclusive grandes produções do cinema.

Em três semanas nossos olhos e ouvidos foram tomados por uma enxurrada de notícias e informações. De celebridade instantânea que emergiu da Paraíba – ou seria do Canadá? - para o mundo a uma possível guerra virtual, entre poderosos hackers e autoridades – apoiadas por multiempresas – americanas.

Não coincidentemente, nos últimos dias, os assuntos que ganharam destaque nas pautas da imprensa tradicional surgiram nas redes digitais, ou, de alguma forma, envolveram a internet. E o grau de imersão que nos encontramos perante as plataformas digitais é exatamente o que justifica essa não coincidência. Constatação que desperta alguns questionamentos: quantos acontecimentos, movimentos de cunhos sociais e assuntos de importante relevância, até mesmo relacionados à internet, foram desprestigiados enquanto noticiários nacionais dedicavam-se a conhecer a menina Luiza? Sinceramente, em meio a uma nação em permanente estado de caos, ainda me pergunto: quem é Luiza?

Mas pra entender em que afetariam a nós -  brasileiros -  as propostas de lei, em debate nos EUA, que visam coibir a violação dos direitos autorais na internet, basta imaginar uma internet sem Youtube, sem blogs, sem emails, sem redes sociais – como Twitter e Facebook – e também sem os famosos downloads. Algo, certamente, bem difícil de conceber.

Ainda assim pouquíssimos brasileiros – especialmente, os internautas - sabem o que é SOPA ou PIPA, mas se questionados certamente saberão quem é Luiza. Sopa, sigla atribuída à Stop Online Piracy Act, em português algo como Lei de Combate à Pirataria On Line é um projeto de lei americano que tramita na Câmara dos Representantes dos EUA, e propõe leis com regras mais rígidas em detrimento a pirataria digital. O projeto, se aprovado, implementará um sistema de busca que bloqueará sites acusados de infringir direitos autorais. Já o Pipa, Protect IP Act, trata-se de um segundo projeto de lei, que também tem como base os direitos autorais e sua relação com a internet, este se encontra no Senado americano e aguarda votação. Mesmo não se tratando de assuntos genuinamente brasileiros, as gigantescas ondas causadas por esse abalo sísmico americano também atingiriam ao Brasil, já que a grande maioria das plataformas utilizadas na internet são criações americanas ou pertencem a empresas que mantém seus servidores em território americano.

Sinceramente, quero acreditar que o reboliço causado por Luiza, que já voltou do Canadá, não se perpetue ao ponto de tirar o foco dos assuntos que verdadeiramente possam causar uma catástrofe mundial. Já que somos mesmo seres conectados, e para isso não há mais volta.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ok, vamos falar de Big Brother Brasil


A décima segunda edição do reality show mais antigo e lucrativo da TV brasileira mal começou e já está causando tumulto na opinião publica. Atingindo, inclusive, quem não é telespectador da atração, mas involuntariamente é invadido todos os dias, seja na internet ou nas rodas de conversas, com novos capítulos dessa novela que, apesar de apresentar a cada edição novos protagonistas, está mais para “Vale a pena ver de novo”, que na minha crítica opinião nem vale tanto assim. 
A polêmica da vez, no entanto, parece ser nova (eu disse, parece): um estupro transmitido em tempo real. Uau! Será? 

Como consciente não telespectadora do BBB, estou acompanhando – inicialmente contra minha vontade – o desenrolar da história através dos portais de notícias e dos vídeos publicados no Youtube. E em resumo, o que constatei foi que depois de uma festa, regada com muita bebida e danças insinuantes, três participantes deitaram numa única cama, dois rapazes e uma moça. Um dos rapazes virou-se para um lado e dormiu, enquanto os outros parecem ter continuado a “festinha” em baixo do edredom. Inicialmente nada demais, para um programa que explora exatamente o que existe de mais bizarro na condição humana, tanto que depois da imagem ser exibida, o apresentador do programa Pedro Bial (jornalista que merecia um post exclusivo) enalteceu sorrindo: “O amor é lindo”.

Instantaneamente o caso chegou à internet, e se alastrou pelas redes sociais, dividindo opiniões. Estaria a moça realmente desacordada e indefesa? Teria realmente ocorrido um crime diante das câmeras? Muitos internautas afirmavam enfurecidos que sim. Instituições em defesa da mulher começaram a se pronunciar, a polícia envolveu-se no caso, a participante que dividiu o edredom foi ouvida, a produção do programa se descabelou e uma decisão foi anunciada, pelo mesmo sorridente e satisfeito apresentador, mas agora com cara de poucos amigos: “Daniel, você está eliminado do Big Brother Brasil.”

Num passeio pelos vídeos relacionados da lista do Youtube, outras cenas se revelam. São outras edições do programa, outros participantes e outros excessos vexatórios, bem semelhantes ao da vez. Como por exemplo, na edição passada (2011) quando – também numa festa - o ator, apresentador e DJ André Marques protagonizou gestos ousados em concordância com uma das participantes do BBB 11. Ou neste, onde dois os participantes do BBB 7 iniciam um dialogo pitoresco, até que a moça declara: “As pessoas desse estilo (referindo-se a ela (Fany) e Alemão) não tem que vim pra programa em redes nacional, não tem que vir pro Big Brother. Pessoas como eu não podem vir ao Big Brother. Eu não sei o quê que estavam na cabeça quando me chamaram. Eu me viro aqui sentada, me encosto no Alemão e ainda digo que quero dar.” 

E outros... e outros... e outros tantos vídeos.

Ou seja, nada é novidade. Polêmica, Sexualidade e voyeurismo é exatamente a essência do Big Brother. Ninguém que assiste ao programa espera ver outra coisa que não seja isso. É o que dá audiência, é o que dá lucro, aliás, bastante lucro.

E em meio a toda essa confusão, somente algo me intriga, se estamos falando de um programa de TV, que é monitorado 24 horas por câmeras e – suponho que - por uma equipe, por que os participantes não foram advertidos no momento da ação? Por que a produção permitiu, consentiu e apoiou um suposto estupro, dando -  assim como os expectadores - apenas uma espiadinha? 


Também no Youtube existe um vídeo que mostra como a produção do Big Brother sabe ser bastante enfática na repreensão aos participantes. Na edição 9, o diretor Boninho ameaçou a participante Ana Carolina, que estava usando um alicate não esterilizado, em outra participante que era diabética, dizendo: “Vou arrancar seu braço”. 

Ficam no ar alguns questionamentos: por que a decisão de expulsar o participante Daniel Echaniz partiu somente após a pressão criada com a polêmica? Seria tudo isso um grande teatro para dar ainda mais ibope à atração? Há também quem fale em racismo, pelo fato do rapaz ser moreno e a moça loira. 


Concluindo, não aposto nessa última suposição, e ainda que ache a reflexão crítica bem vinda, particularmente não tenho uma opinião sobre o caso, que, aliás, pouco me interessa aprofundar. Por que  me perdoem os que gostam e assistem, mas eu tenho coisas bem mais interessantes para me ocupar.


domingo, 15 de janeiro de 2012

Jornalismo opinativo mais uma vez em destaque

Ainda na faculdade inúmeros questionamentos norteiam as férteis mentes de futuros jornalistas, em fervoroso processo de desenvolvimento. As vezes por incentivo -  quero acreditar que inconsciente - dos próprios professores, que ao em vez de encorajar e estimular, amedrontam e tentam moldar seus aprendizes para num futuro - não tão distante - serem meros repetidores das opiniões já pré-estabelecidas pelas empresas que os receberão como funcionários.

Enquanto isto, exemplos como o da jornalista Neila Medeiros (e da paraíbana Raquel Sherazade) revelam que sim, existe espaço para jornalistas de opinião autêntica, responsável e comprometida. Jornalistas que não se calam diante dos absurdos e do cômico-trágico cinismo de autoridades que, sem o menor respeito com a sociedade, tentam livra-se da responsabilidade culpando quem - ao contrário deles - cumpri devidamente o seu papel.

A revolta - compreensível - da jornalista aconteceu depois que o secretário de obras da cidade de Luiziânia, em Goiás, declarou não poder resolver os problemas solicitados por estar há dias dando satisfação á população, através da mídia.

O que talvez o senhor secretário esqueceu é que foi exatamente pra isso que ele foi instituído, para SERVIR ao povo e claro, ser cobrado quando necessário.  Já a imprensa, na condição de canal de informação e "representante" do povo, cabe a árdua tarefa de continuar de olhos e microfones abertos, para noticiar incansavelmente aquilo que é de interesse comum. Nem que para isso tenha que incomodar e cansar quem - ao contrário dela - não desempenha bem a sua função.


‎"A responsabilidade pública diz respeito ao dever moral que todos nós temos em relação ao bem estar e ao rumo de nossas sociedades. Por definição, como seres culturais, nós compartilhamos obrigações pela nossa vida em comum, independente do fato de pertencermos ou não a alguma instituição ou de nossa qualificação profissional"
( CHRISTIANS, 1986, p.135)





E aos companheiros focas fica a inspiração... Yes, we can!!!





sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Responsabilidade e caráter vêm de berço! Será?


Você certamente já ouviu alguém recitar que “educação vem de berço”, referindo-se às primeiras lições de bom comportamento, que desde muito cedo, são introduzidas aos indivíduos ainda no refúgio familiar.

Mas o que essa premissa tem a ver com o fazer jornalístico?

Na realidade a resposta é simples: tudo! E mais, apesar de não duvidar que a educação (seja ela comportamental ou intelectual) seja fundamental para qualquer profissão, defendo a ideia de que para o jornalista - assim como para alguns outros profissionais que desenvolvem atividades com uma exigência maior de comprometimento, e conseqüentemente com uma carga maior de impacto na sociedade - essa máxima deveria ganhar alguns outros atributos, como: responsabilidade e caráter, por exemplo. E quanto ao berço, poderíamos aqui nos referi alusivamente à universidade que – ao menos na teoria - é o espaço convencionado a desenvolver e preparar tais profissionais.

Mas até que ponto um curso universitário tem a ensinar sobre responsabilidade profissional (e pessoal)? Será que é possível se aprender a ter caráter dentro de uma sala de aula?

Sou um pouco cética quanto a tais questionamentos, primeiro por acreditar que 50% do jornalismo é composto por vocação. E não me refiro unicamente à vocação de escrever bem, - já que pra mim isso deveria ser um compromisso e uma obrigação pessoal – não só para jornalistas. Mas vocação de comprometimento, de respeito, de missão mesmo. E isso, meu caro, não se ensina, ou tem ou não tem.

Durante o semestre passado vivi, na faculdade, uma experiência maravilhosa e proporcionalmente incômoda. Maravilhosa por que por seis meses tive a especial oportunidade de ser aluna de uma grande profissional do jornalismo brasileiro e paraibano, exímia enciclopédia humana, super dedicada à sua função, antenada com novas tecnologias da comunicação e – acredite – cega.

O incomodo, porém, se deu pela frustração de,  por um motivo bem tolo, não ter podido explorar mais de tal oportunidade. Já que uma boa parcela dos meus colegas não conseguiu adaptar-se a uma professora que – aparentemente - não os enxergava.

Piadinhas, diálogos incansáveis e até pegadinhas das mais inacreditáveis eram certas a cada aula. Como num dia em que um colega entrou na sala na ponta dos pés, após ser avisado por celular que a chamada seria feita, e tão logo respondeu “presente”, retirou-se da sala, sem ao menos ouvir uma única palavra da aula. Uma lástima, pra ele, claro.

Por inúmeras vezes tive que respirar fundo e contar até mil para não expressar de forma veemente meu repúdio, mas por fim entendi que os grandes prejudicados, de todo o circo, eram os próprios artistas, não eu, e muito menos a já tão experiente docente. Afinal, de quem realmente seria a deficiência? Da profissional (que enfrentou todas as possíveis e impossíveis limitações e conquistou um lugar de destaque, sendo inclusive homenageada - neste mesmo ano – por um conceituado prêmio jornalístico do estado),  ou dos inocentes jovens, que apesar de já estarem numa sala acadêmica demonstravam que pouco assimilaram do berço pelo qual já passaram, e menos ainda, do que encontram-se agora?