Olá, pessoal!
Me preocupa ver a cada dia na TV aberta a quantidade de programas dedicados à exploração da desgraça alheia com o mero objetivo de atingir elevados índices de audiência.
Mas calma! Como vivemos numa Paraíba cuja imprensa é cheia de profissionais recalcados, de egos pra lá de inflados e que não aceitam críticas, vou me abster de falar dos programas locais e abordar aqui os que são produzidos no eixo Rio/São Paulo.
No SBT, craque nesse tipo de conteúdo, tem um tal "Casos de Família", que já foi apresentado com muita classe por Regina Volpato e hoje é comandado pela popularesca Christina Rocha, praticamente fundadora da emissora de Silvio Santos.
Os temas são os mais esdrúxulos possíveis. Senão vejamos: “Vai procurar outra sogra para encher o saco!”, “Um tapinha não dói? Tá louco!”?, “Quem tem que gostar da mulher é o marido, não a cunhada”, “Você gosta mais de ser safada do que de ser mãe”, "Recalque de piranha não atinge sereia" e “Prefiro jogar no outro time a ficar com você!”. Isso para citar apenas os mais recentes, pois uma rápida pesquisa no site do SBT (sbt.com.br) vai levar você, que lê este texto, a outros temas tanto quanto ou mais baixos do que estes.
No SBT esse tipo de programa não me surpreende. Em sua estreia, em 1981, Silvio Santos apostou exatamente neste tipo de "show", com "O Povo na TV", apresentado por Wilton Franco, ao lado da própria Christina Rocha e de nomes como Wagner Montes, Roberto Jefferson (o que denunciou o mensalão) e até mesmo Sérgio Mallandro. Na mesma época, o SBT exibia "O Homem do Sapato Branco", com o já falecido Jacinto Figueira Júnior. A reboque destes programas, ao longo de quase 33 anos no ar, vieram através da telinha do SBT outras atrações do gênero, tais como "Aqui Agora", "Márcia", "Programa do Ratinho", entre tantos outros.
Mas não é só na programação do SBT que o incauto telespectador encontra esse tipo de programa. Na Record tem o "Cidade Alerta", com o ex-global Marcelo Rezende. Na Band tem o "Brasil Urgente" com José Luiz Datena, que ganhou notoriedade exatamente no "Cidade Alerta" da Record.
E na RedeTV! (ou se preferir ErreideTV!)? Ali é uma farra, a começar pelo programa "A Tarde é Sua" com Sônia Abrão. Ela é sem dúvida, uma excelente jornalista quando se propõe a abordar os temas televisivos (fofocas das celebridades ou o que vai acontecer na novela) que sempre foram a praia dela. Mas quando morre alguém, por mais irrelevante que seja, o programa parece que segue o ritmo dos órgãos públicos quando decretam luto oficial por 3 dias. É no mínimo durante 3 dias que Sônia Abrão explora até onde pode a morte alheia, o que na minha opinião, aumenta ainda mais a dor dos parentes e dos fãs, isso se o finado em questão tiver fãs.
Achando pouco e para fazer companhia à Sônia Abrão, eis que a ErreideTV! ,nos traz de volta ao vídeo um cara pra lá de chato chamado João Kleber. Um cara que pra mim tinha um excelente futuro como comediante (principalmente imitador). Sabia que ele chegou a substituir (e muito bem, diga-se de passagem) Chacrinha durante alguns programas que antecederam a morte do "Velho Guerreiro" em 1988? Pois bem. Após uma longa temporada enchendo o saco e explorando a desgraça do povo português, eis que ele volta ao Brasil com um programa diário pela manhã, ao melhor (ou pior) estilo "Casos de Família") e outro semanal à noite com o já manjado e extremamente apelativo "Teste de Fidelidade", os quais nem preciso comentar. Basta assistir (se tiver coragem).
Enquanto pobres e indefesos telespectadores, só nos resta fazer duas coisas: assistir aos canais da TV paga e rezar muito para que esse tipo de conteúdo não venha a invadir esses canais. Oremos!
Cacá Barbosa, radialista, publicitário e esperançoso de que dias melhores virão na telinha.
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