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sábado, 15 de setembro de 2012

RIP Orkut, Scrap e Comunidades


Nem parece, mas já fazem 7 anos que fui convidada a participar de um site onde, segundo a tradução de sua apresentação, eu poderia me conectar a uma, até então inimaginável, rede de contatos. Aliás, era mais do que isso, eram pessoas reais, com suas histórias, preferências e fotos, doze,  se não me falha a memória. 

Motivada pela curiosidade e o prazer da descoberta logo aprendi a lidar com a plataforma azulzinha, de nome esquisito: Orkut. E não demorou para que eu já estivesse familiarizada com o, já antigo, conceito de redes sociais, agora incorporado à comunicação digital.  E, de lá até cá, muita coisa aconteceu, inclusive o meu desapego pelo Orkut. Aliás, não somente meu, mas de 90% dos meus contatos, ou amigos, como queira.

Novas plataformas surgiram e foram incorporadas ao nosso dia a dia, enquanto o Orkut ia ficando em segundo, terceiro, quarto... plano. Entretanto, embora o Twitter e o Facebook estejam hoje no topo das redes em ascensão no Brasil (há bom tempo, ultrapassamos o Japão, atingindo a posição de segundo país que mais utiliza o Twitter, perdendo apenas para o EUA), o Orkut permanece vivo para alguns milhares de tupiniquins.

Segundo uma pesquisa realizada entre dezembro/2011 e janeiro deste ano, pelos institutos ComScore e SemioCas, o Orkut continua sendo a rede social com maior número de usuários no Brasil, especialmente no Nordeste. Apesar desse número ser alterado a cada mês, talvez possa até ser ainda maior, já que tais pesquisas não incluíram usuários que fazem uso de lan houses, o que ainda é bem comum no Brasil.

Contudo, ainda que os brasileiros estejam se adaptando às novas plataformas, percebesse que, em alguns casos, os usuários evitam essa transição. Não que um indivíduo não possa estar em todas redes sociais, porém, quem já tentou sabe o quanto é difícil conseguir interagir  com as múltiplas plataformas satisfatoriamente. Além do mais, já que a mola mestra das redes são as relações é compreensível que os usuários estejam onde os seus contatos estão. E com isso o Orkut vai conseguindo resistir, sedado e respirando através de aparelhos, àqueles que parecem ser seus últimos dias.

#RIPSCRAP

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Comunicação: onde as mídias se convergem?




Alguém já reparou como os meios de comunicação evoluíram ou caíram em desuso dentro da sociedade? Isso criou a oportunidade e/ou necessidade da criação de novas formas de comunicação e essas mudanças são muito fortes, a ponto de alterar culturas e a interação das pessoas com as mídias.
Resolvi listar as principais mídias em uso e um resumo da sua evolução e do seu impacto na sociedade. É interessante ver como em tão pouco tempo as novas mídias se transformaram e ao mesmo tempo como as mídias anteriores se adaptaram ao constante progresso dos meios de comunicação entre pessoas.

Impressos
Jornais, revistas e outros impressos são as mídias mais tradicionais que existem. Com os avanços tecnológicos, principalmente a chegada do computador e da internet e os movimentos em prol do meio ambiente, grande parte dos materiais impressos tornaram-se ineficazes e estão com seus dias contados. As futuras gerações vão nascer inseridas nos meios digitais, e os impressos serão peças no museu da comunicação.

Telefone
Conversar com uma pessoa que está distante em tempo real foi uma grande revolução para a comunicação, e isso foi base para muitos dos outros avanços tecnológicos que viriam a acontecer, inclusive o celular, que está fazendo com que o uso telefone fixo entre em declínio. Mas, mesmo com esse declínio, ele ainda é peça fundamental dentro dos lares.

Rádio
O rádio antigamente tinha um poder tão grande que um programa que narrava o livro “A Guerra dos Mundos”, de H. G. Wells, causou pânico na população americana da época. Mas com o passar do tempo, o rádio perdeu muito da sua eficácia na comunicação por causa de programações chatas e repetitivas, publicidade excessiva e o surgimento outras mídias mais poderosas e os avanços do mp3. Mas ele não perdeu seu lugar na comunicação, principalmente nos automóveis e nos radinhos de pilha de quem gosta de escutar jogos de futebol.

Televisão
Quando criaram a TV, muitos questionaram: “qual a graça de ficar parado olhando para essa caixa?”. Pois bem, essa caixa sem graça revolucionou o mundo da comunicação, pois a coisa mais difícil é encontrar uma casa que não tenha pelo menos uma TV. Isso faz com que seja a mais poderosa forma de mídia de todos os tempos, que só foi aprimorada com o passar dos anos e está no caminho de interagir mais com o telespectador por meio da tecnologia digital.

Cinema
Há quem acredite que o cinema vai se extinguir, já que é muito fácil baixar qualquer filme pela internet. Será mesmo? Essa é a mídia que menos foi modificada com o passar do tempo, apenas foi aprimorada, e ainda possui força para atrair multidões para suas salas, apesar de eu não a considerar tão eficaz como mídia (opinião pessoal), já que as pessoas querem se divertir, e não serem interrompidas por publicidade, mas tem inegável poder de comunicação.

Computador e internet
O computador uniu o melhor dos outros meios de comunicação com a possibilidade de criar interação entre as pessoas e o longo alcance da internet. Estamos presenciando uma nova revolução, pois, graças a essas possibilidades, as pessoas mudam a forma de agir perante as outras mídias. Quer ler um livro ou notícia? Quer conversar com alguém que está do outro lado do mundo? Quer ouvir uma música? Quer ver um filme? Perdeu algo na TV? Quer comprar algo? Faça tudo isso na frente de seu computador.

Celular / Mobile
Chegamos ao ponto mais forte da evolução, onde as mídias se convergem. E onde é esse lugar? No nosso bolso. Quem iria imaginar que os “tijorolas” analógicos se transformariam em pouco tempo em pequenas máquinas de comunicação que, além de serem usadas como telefone, tiram fotos e filmam, enviam e recebem mensagens, acessam a internet, enfim, fazem tudo que um computador faz e cabem no nosso bolso?
Não entrei muito em detalhes, pois o artigo já ficou muito grande. Mas só queria demonstrar como progredimos tecnologicamente e que quem trabalha com marketing tem que ficar ligado nessas tendências. O futuro está no bolso dos consumidores e é lá que vamos atingi-los.


João PauloPublicitário formado pelo Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte e pós-graduando em Marketing Digital pela UNI-BH.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Case Visou: O alto custo da internet

"As empresas classificam as redes sociais como mídia alternativa, mídia barata. Porém, o ingresso de uma empresa nas redes pode até ser barato, mas a manutenção é cara e requer mão de obra qualificada. Profissionalismo, estratégia e conhecimento são fundamentais"

As sábias palavras do RP e Mestre em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social, Marcello Chamusca, demonstram um pensamento recorrente entre as empresas que se inserem no cyberespaço, criam suas páginas e perfis nas redes sociais e acreditam que a simples ação já as torna mais modernas, dentro das novas tendências, e isso basta.

Ledo engano!

Cases consecutivos demonstram que não é simples manter uma marca nas redes sociais, principalmente se gerenciada pelo sobrinho ou funcionário que passa mais de 10 horas navegando em redes particulares e por isso podem ser considerados "fera em internet".

O início dessa semana começou como um furacão na vida dos microempresários Richard Ferrari e Natasha Souto, residentes no Rio de Janeiro e proprietários da Visou, uma loja virtual de roupas e acessórios.

ENTENDA O CASO

No mês de julho, a jornalista Marina Gazires, realizou a compra de um anel no site da loja Visou. O email de confirmação da compra foi imediato, mas a entrega do produto não. Quase dois meses depois, e sem outra alternativa de contato com a empresa, na noite do ultimo domingo (9) a jornalista resolveu usar a fanpage da loja para saber o que havia acontecido. E foi surpreendida por "despautérios impublicáveis", como classificou a consumidora.



Após o ocorrido, a jornalista compartilhou em seu perfil imagens do atendimento que recebeu e na velocidade da luz o caso ganhou notoriedade, despertando outros clientes insatisfeitos e repercutindo em portais e sites de notícia.

Júlia Bondan, publicou um email que recebeu da empresa no mês passado


Somente hoje (terça, dia 11), dois dias após o ocorrido, uma mensagem de retratação pública, assinada por Guilherme Souza Castro, suposto funcionário responsável pela manutenção da página e autor das respostas dadas a jornalista, foi publicada na fanpage da loja. No entanto, a decisão de reparação acabou gerando ainda mais polêmica depois que internautas encontraram um texto, publicado em 2010 no site de um jornal, com semelhanças claras à retratação da Visou. 

Também na tarde de hoje (terça, dia 11), Natasha Souto, uma das proprietárias da loja, enviou um email para a jornalista se eximindo da culpa, comunicando a demissão do funcionário responsável pelo ocorrido e apelando pra emoção, descrevendo as razões da criação da loja e pedindo que a cliente reconsiderasse o erro.


A consumidora respondeu ao email, lamentando o erro e a demora da atuação da empresa, mas declarou que o seu interesse não era acionar a justiça.


Entretanto, o despreparo da empresa parecia não ter se limitado ao funcionário, afastado do monitoramento da fanpage. Durante o dia, mesmo com toda a repercussão negativa a empresa ainda fazia comentários inadequados. Inclusive, comemorando o crescimento da audiência na página, ainda que por comentários negativos.

Em suposta mensagem enviada a um fornecedor, Richard Ferrari, proprietário da loja comenta o ocorrido

Empresa parece não se importar com os comentários negativos

Em poucas horas, o caso mimetizou e ganhou versão "indelicada", com 2 mil curtidas em menos de 10 horas na fanpage "Visou Indelicada", uma referência a "Gina Indelicada". 



DECISÃO RADICAL

Acuados e sem saber como agir os proprietários da loja resolveram tirar o site da loja do ar  e deletaram a fanpage do Facebook, abrindo mão de quase 15 mil likes, marca almejada pela maioria das empresas que investem na rede.




AÇÃO JUDICIAL

Aconselhada por advogados e chateada com o comportamento dos proprietários, que repudiaram da situação e ainda especularam a veracidade das mensagens, a consumidora resolveu revogar a decisão de não processar a empresa e publicou em seu perfil que a justiça já havia sido acionada.


O BARATO SAI CARO, MUITO CARO

A atividade de e-commerce tem crescido exponencialmente no Brasil. Segundo levantamentos feito pela consultora E-bit em  dez anos, o faturamento das empresas com negócios em atividade na internet cresceu de 0,5 para 18,7 bilhões de reais.
Entretanto, a "galinha dos ovos de ouro" não é tão simples, barata e fácil como pode parecer. O case da Visou (assim como de tantos outros já conhecidos) deixa claro que a responsabilidade em manter uma marca na internet pode custar muito caro, aliás, muito mais caro do que seria o inicial investimento em profissionais preparados e especializados na gestão das novas mídias.

Para o professor Marcello Chamusca, "a internet ainda é uma ambiência desconhecida e cheia de riscos", e o exemplo acima não nos deixa dúvidas. Seja para pessoas físicas, quanto (e principalmente) para empresas e figuras públicas, o bom senso e o profissionalismo são imprescindíveis nas redes sociais, e fora delas. #FicaAdica

POST ATUALIZADO DIA 12.09 ÀS 16h18

ESCLARECIMENTO: Através da fanpage do blog, recebi uma mensagem de Tatyele Lopes, dita por alguns portais como uma das sócias da Visou. Por entender que o compromisso maior deste blog é discutir cases, com base na verdade dos fatos, alterei o post original e publico abaixo, na íntegra, a solicitação enviada:
Olá juliny. Vi sua noticia no seu site e peço que retire meu nome, pois eu não sou dona, microempresária e nem sócia da visou. Como amiga da natasha apenas dei apoio com relação a loja e se não me engano ela tinha me colocado como moderadora da comunidade. Nunca respondi os recados dos clientes nem nada, até porq eu trabalho em outra empresa como técnica de segurança. Como estudante de jornalismo acredito que vc queira sempre passar a noticia da forma mais verdadeira e que se deve procurar entrar em contato com os envolvidos antes de publicar seus nomes. Então estou passando essa informação não como uma entrevista, pois o que menos quero é entrar no meio dessa confusão toda sem ter tido nada haver com isso. Se tiver alguma duvida sobre isso antes de retirar o meu nome, só perguntar.

POST ATUALIZADO DIA 12.09 ÀS 17h46

A fanpage da loja voltou a ficar disponível na tarde desta quarta-feira(12). Por volta das 17h uma publicação de Nota de Esclarecimento foi publicada através de um Tumblr, criado unicamente para esse fim.

Fanpage da marca
Marca criou um Tumblr para publicar nota oficial



Pronunciamento na íntegra:

Prezados, clientes, fornecedores e colaboradores,
 
A Visou, pautada pelos mais estreitos princípios do respeito e confiança, sempre comprometida com a satisfação plena de seus clientes, fornecedores e todos aqueles que, de alguma forma, mantiveram laços comerciais e profissionais conosco, sente-se na obrigação de esclarecer o recente ocorrido. 
 
Assim sendo, nós da empresa Visou, estamos cientes do quão lamentável foi o comportamento do ex-colaborador e, por esta razão, agimos prontamente com o intento de dar uma rápida resposta ao ocorrido.
 
Também sabemos que toda e qualquer empresa é formada por humanos, e, dada a sua natureza intrínseca, está suscetível a equívocos das mais diversas magnitudes. 
 
É importante que fique claro que em nenhum momento a Visou teve a intenção de se eximir de suas responsabilidades, motivo que a levou ao total afastamento de qualquer inércia e/ou leniência capaz de comprometer aquilo que mais lhe é importante: O compromisso com seus stakeholders.
 
É natural que outros episódios por parte de empresas distintas envolvendo, por exemplo, geladeiras avariadas, alimentos impróprios para o consumo e consumidores insatisfeitos ocorram. Todavia, estaremos sempre atentos as exigências, críticas, reclamações e sugestões daqueles que sempre enxergaram em nós a oportunidade de satisfação e, porque não dizer, realização. 
 
Neste sentido, desafios e percalços sempre coexistirão ao longo de nossa trajetória, porém, temos a convicção de que não podemos parar e tampouco sucumbir em face destes problemas.
 
Por estas razões, entendemos ser necessário virar a página de uma vez por todas e mostrar porque somos merecedores da confiança de toda comunidade, assegurando que suas expectativas e necessidades sejam atendidas.
 
Agradecemos pela solidariedade, fidelidade e respeito mútuo que captamos até o presente momento e pretendemos angariar no decorrer de toda a nossa vida operacional. O site voltará o mais breve possível e os antigos pedidos serão entregues normalmente.
 
A Daniel Pondé, Davi Oliveira, clientes, fornecedores, colaboradores e a todos aqueles que de alguma forma contribuíram e ainda contribuem para o sucesso de nosso empreendimento: muito obrigado.

POST ATUALIZADO DIA 13.09 ÀS 16h26

Quando todos pensam que, após reativarem a fanpage e publicarem uma nota de esclarecimento, finalmente algum profissional teria sido acionado para resolver a crise, dentro da normalidade. A loja Visou surpreende mais uma vez. Há poucos minutos ela publicou em sua página Tumblr (logo a cima da nota de esclarecimento) um link para o site "Morte Brutal" com imagens horrendas do corpo de uma garotinha morta, acompanhado da seguinte frase: "Enquanto isso no Paraná". Alguém justifica???


Link repercurte nas redes sociais




Através de comentários, recebi novos registros de atendimentos da Visou, onde a própria Natasha Souto, proprietária da Visou assina. Ao que parece, trata-se de uma crise anunciada.





 Agradecimentos: Destro, Carlos e Taty Carvalho.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

desEncontros da crítica com Fátima Bernardes


O desafio da superação é sempre maior do que o da conquista. Que o diga Fátima Bernardes que após estrear seu “Encontro”, em 25 de junho, passou a ser figurinha fácil nas notinhas e artigos da crítica. 


Confesso que não assisti ao programa de estréia, e das duas vezes que consegui vê-lo, ainda na primeira semana, também achei que alguma coisa estava fora do lugar, tentando se encontrar. Normal, se levarmos em consideração que se tratava de um novo projeto, uma nova equipe, em plena fase de integração. Mas, BEM anormal pra quem achou que encontraria uma Oprah brasileira, com desenvoltura de Ana Hickmann, carisma de Xuxa, experiência de Hebe, humor da Sabrina Sato, seriedade de Marília Gabriela e sabe-se lá mais o quê. (Atenção: Exemplos meramente ilustrativos)

Entretanto, agora, perto de completar 2 meses de programa as notícias parecem ser um pouco mais racionais. Portais, blogs, revistas e jornais dão conta do crescimento da audiência, da aceitação do público e de uma progressiva evolução do programa, e da apresentadora.

 Ah, sério???

Será que todo mundo precisou de 2 meses pra entender que ninguém nasce pronto (nem baiano. Isso é lenda), muito menos a Fátima que por ser Bernardes pagou o preço de não vir pronta, programada para dar ibope, com ou sem bancada???

E a pergunta que não quer calar: será que as boas notícias se devem ao programa que se encontrou, ou aos críticos que se perderam antecipadamente, em meio às suas ásperas alfinetadas, em busca de views e vendas?

Tenho cá minhas dúvidas!


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A internet e seus super poderes


No começo deste ano, publiquei minha primeira resenha de leitura. Tentei – de forma despretensiosa - mostrar minhas impressões a cerca do livro “Dicas de Telejornalismo”, do jornalista e repórter Flávio Fachel. No entanto, jamais imaginaria que a publicação pudesse gerar algum tipo de repercussão, quiçá um feedback direto.

Já no início de agosto, participei de um evento de empreendedorismo, que reuniu em João Pessoa, palestrantes de diferentes estados do Brasil. Durante o evento fiz pouquíssimos contatos, mas depois de publicar aqui no blog uma resenha sobre a experiência me surpreendi com o número de contatos que me adicionaram no Facebook ou comentaram aqui no blog, a exemplo do palestrante Ricardo Veríssimo, do Rio de Janeiro e o pessoal do "Papo Universitário", um portal criado por empreendedores (e universitários) de Maceió e Recife.

Inconscientemente, subestimei o alcance da internet e acabei levando um susto quando, em menos de 24 horas, minha resenha recebeu o comentário do próprio autor do livro (o jornalista lamentou o meu descontentamento com a obra e me propôs o reembolso do valor investido). E fui convidada a colaborar com  o portal "Papo Universitário", na produção de conteúdo. Minimizei a potencialidade da rede e fui surpreendida com o seus “super poderes”, que levaram minhas mensagens à receptores jamais previstos.

Mas, na internet, esse alcance acaba assumindo dois papéis: o de benefício e o perigo. Fico feliz que os dois cases tenham sido positivos (eu recebi o investimento do livro de volta), mas ambos os casos deixaram uma reflexão importante: ainda que de forma imperceptivelmente, estamos todos interligados e conectados, e os rastros deixados na internet precisam ser cuidadosamente avaliados, afinal, alguém vai ler.

Argumentação: Só aperte "enviar" quando tiver certeza!


Das aulas de Teoria da Comunicação, lembro bastante dos debate fervorosos sobre elementos da comunicação, em detrimento a realidade de uma sociedade da informação. Num desses papos, me recordo de ter levantado a questão da superficialidade dos julgamentos feitos nas mídias digitais, de rápido fluxo e alcance, como o microblog Twitter, por exemplo.

Na época, o assunto em evidência era a polêmica repercussão da campanha da AREZZO, que lançou uma coleção de peças com peles de animais, e em poucas horas se transformou numa forte comoção negativa em torno da marca, principalmente na internet. A crise transformou-se num case coringa, sendo apresentado incessantemente em aulas, palestras, etc.

Entretanto, o aspecto que mais me chamou atenção passa longe do senso de responsabilidade ecológica ou social, por parte da marca ou de seus usuários. Nesse caso, e em tantos outros, o que me impressiona é como as pessoas, na maioria das vezes, não se aprofundam nas questões debatidas, e tomam partido sem, ao menos, saberem o que de fato estão reivindicando.

De fato, em meio a tantas discussões sobre sustentabilidade, ecologia e proteção ao meio ambiente o lançamento de uma coleção como tal, vinda de uma marca que sempre produziu peças com couro sintético, foi no mínimo imprudente. Mas, sejamos francos, quantos dos que questionaram a marca, dizendo inclusive que jamais voltariam a comprá-la, são de fato, engajados em questões ambientalistas? Será que deixaram mesmo de comprar mesmo a marca? E mais, se questionados hoje sobre tal ativismo, será que ainda lembrariam do fato?


Um artigo, escrito originalmente em 2008, pelo autor e programador inglês Paul Graham,  faz contundentes provocação sobre essa abertura de expressão que o cyberespaço possibilitou. "A internet se transformou em escrita", disse o autor. De fato, os fóruns, listas de discussões e comentários em blogs - antes mesmo da ascensão das redes digitais - possibilitaram uma abertura de expressão, nunca jamais vista. Mas qual seria a relevância destes argumentos?

A partir do artigo de Graham, o professor de língua portuguesa André Gonzola, autor do blog Lendo.org, desenvolveu um gráfico que expõe os diferentes níveis de relevância da argumentação, desde ataques sem fundamentos na base da pirâmide, até o topo, com provocações, fundamentadas em razões incontestáveis, que confrontam as afirmações de outrem.


Para nós, pré ou já, jornalistas a importância de bons argumentos chega a ser tão fundamental quanto a importância da apuração. Descordar, protestar, apoiar, criticar são algumas das atividades que estarão constantemente no nosso dia a dia, assim com a responsabilidade de realizá-la. 

Reflita e argumente!