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sábado, 6 de outubro de 2012

Jovens x Política


Texto publicado inicialmente no Papo de Universitário, em 04.10.2012

Alguns males no Brasil parecem já enraizados. Dentre eles, o desinteresse pela política, especialmente por parte das gerações mais jovens. Segundo os professores Guilherme Cavalcanti e Tieni Meninato, da PUC-RJ, “nos encontramos em um período de extrema alienação e introspecção do ser, uma época onde o indivíduo se sobrepõe ao todo, e ao conjunto.” Escândalos, falsas promessas, descasos administrativos, fraudes e um sistema inoperante são apenas algumas das razões que poderíamos elencar como possíveis causas para este desinteresse junto aos processos políticos que conduzem o Brasil.

Entretanto, quando falamos nas gerações mais jovens, há também uma falha nos meios sociais de formação, dentre eles, a família, a escola e os veículos de comunicação, dotados de forte influência. Quando uma campanha, promovida pela Justiça Eleitoral, com o intuito de conscientizar, diz: “Quem tem entre dezesseis e dezoito, mais de setenta [anos] ou for analfabeto não precisa votar. Mas seria muito bom que votasse”, ela, por um simples equívoco textual, erra e acaba por realizar um desserviço à sociedade. Já que, na realidade, a mensagem real é que os grupos citados não são obrigados a votar, e não que eles não precisem votar. 

Em artigo, o vice presidente da república Michel Temer, na época presidente da Câmara dos Deputados, apontou a necessidade de semear um conceito de brasilidade junto ao segmento jovem. “A Escola não pode ser apenas território de transmissão de informação. Há de ser, acima de tudo, nicho de formação e desenvolvimento de caráter. Se conseguirmos conferir à Escola o seu papel de agente de transformação social, certamente estaremos forjando a mudança política que o país está a merecer”, alerta. Sendo um pouco mais crítica, eu iria além e, nesse contexto, comprometeria os espaços universitários. Já que, engana-se quem conclui que, por alcançarem um ensino, dito superior, os jovens - por lei, obrigados a votar - o fazem com plena consciência e engajamento. Muitos deles, aliás, valendo-se da justificativa de que “odeiam política” ou não são “pessoas políticas”, muitas vezes desconhecem o processo democrático do país, comprometendo as gerações futuras e desrespeitando os mártires que, em algum momento da história, colaboraram defendendo a democracia, em detrimento de suas vidas. 

Com a proximidade do pleito eleitoral, a professora e escritora Marluci Brasil de Castro, cadeira número um na academia corumbaense de letras, no Mato Grosso do Sul, publicou em seu canal no YouTube um vídeo onde, com suavidade e didática, explicar o que é política aos adolescentes e jovens, e por que não dizer, aos universitários. Vale o play!!!


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