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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sindicato dos Jornalistas critica imprensa por "condenar" inocente


Por Comunique-se

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba repudiou em nota neste domingo (13), o caso do pai que foi acusado pela imprensa local de violentar suas duas filhas, quando exames posteriores comprovaram morte por envenenamento. 

De acordo com a entidade, a notícia partiu de pessoas que não estão habilitadas para a prática profissional e que estão descomprometidas com a responsabilidade e apuração necessária para a divulgação dos fatos, além da ética inerente à profissão. 

Segue, abaixo, a nota do sindicato: 


A sociedade paraibana ficou estarrecida com a divulgação do falecimento de duas meninas menores de três anos, cujas mortes foram atribuídas ao próprio pai, mediante a grave acusação de abuso sexual. A publicação de notícias sem a devida confirmação dos fatos induz o jornalista a erros que, muitas vezes, geram danos de variadas intensidades. O médico responsável pelo atendimento à primeira criança suspeitou de estupro e encaminhou o caso ao Conselho Tutelar. A informação precipitada e a rápida divulgação do fato, sem que a veracidade do conteúdo fosse confirmada por um laudo especializado, gerou uma perigosa cadeia de notícias baseadas apenas na suposição. A multiplicação de sites e blogs aproveitando a flexibilidade da legislação, que não dispõe de mecanismos regulatórios, possibilita o ingresso no mundo das comunicações de pessoas despreparadas para o exercício da nobre profissão de jornalista, o que pode causar estragos de variados níveis de gravidade. É preciso que a velocidade digital não se sobreponha à informação verdadeira e necessária à segurança e à estabilidade social. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba repudia a prática jornalística por pessoas que não estão habilitadas para a atividade profissional, descomprometidas com a responsabilidade da informação e com os devidos princípios éticos.


Documentário mostra a rotina da redação

Por Comunique-se

Os jornalistas de O Globlançaram essa semana o documentário"Notícias da Redação", nnovsite dJornal. 

Com roteirdcríticde cinema André Miranda, imagens dofotógrafGustavPellizzon, direçãdeditor de Imagens Multiplataformas, RicardMelle narraçãddiretor da Redação, AscâniSeleme, o filme mostra a rotina de trabalhdos jornalistas na redação. A produçãmostra desde as discussões da reuniãde pauta à correria dfechamento, passandpela tensãdrepórter diante da tela do
computador e pelos telefones que nãparam de tocar.

Vários colunistas de O Globforam entrevistados para odocumentário, entre eles AncelmGois, Míriam Leitão, FláviaOliveira, RenatMauríciPrado, Merval Pereira, Artur Xexeo, Patrícia Kogut e Zuenir Ventura.

"A ideia era mostrar que jornalista é igual a qualquer leitor, a gente também gosta de ler o jornal ncafé da manhã. Talvez a única diferença seja que gostamos tantdissque optamos por trabalhar fazendjornal", diz André Miranda.

vídemostra os novos desafios trazidos aos jornalistas pelas mídias digitais, além da seçã"Diretda Redação", um canal de vídeos com depoimentos dos jornalistas.

documentáripode ser vistnsite O Globo:
http://oglobo.globo.com/videos/t/todos-os-videos/v/selecaooglobo/1694112


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Brincadeira tem limite. E piada, tem também?

Depois de toda a polêmica que envolveu a cantora brasileira que canta inglês Wanessa ex Camargo e o humorista provisoriamente ex CQC Rafinha Bastos, vugo personalidade mais influente do Twitter no mundo, parece que a onda de piadas mal digeridas virou moda.

Agora, segundo o portal Imprensa, é a vez do jornalista Marcelo Bandeira processar os humoristas,  Dani Calabresa e Bento Ribeiro, apresentadores do programa "Furo MTV". O motivo da ação, que exige R$ 300 mil de indenização, deve-se à sátira feita para a apresentadora Claudete Troiano, da TV Gazeta, com quem Marcelo Bandeira trabalha.

Durante os comentários, Dani Calabresa refere-se a Marcelo como "a bicha que trabalha com ela" referindo-se a Marcelo Bandeira, que trabalha com Claudete, comentando sobre as celebridades. (ver em 1:37 do vídeo) 

O debate em questão é: Estaria mesmo os humoristas ultrapassando a linha ténue que separa o humor da ofensa? Ou estariam, os responsáveis pelas ações judiciais, procurando uma oportunidade de ganhar um orçamento extra, e quiça alguns minutinhos a mais de mídia?

Responda, quem se atrever.

      

Fonte: YouTube | Portal Impresa                                                                                                                                                                                                                                                                                              

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A teoria do espelho e o jornalismo de entretenimento feito na web



Por Marcelo Rebelo

Defendida por muitos, a Teoria do Espelho traduz a ideia da fotografia e sua reprodutibilidade técnica, ou seja, o jornalista é um observador desinteressado, que retrata fielmente a realidade. Nesse momento de frenesi midiático por qual o mundo vive, ela cai como luva para o jornalismo de entretenimento, sobretudo o praticado na web, que está no chão por refletir com perfeição em seus textos a mediocridade pela qual passa a indústria do entretenimento mundial. 

Com a globalização e a instantaneidade da informação promovida pela internet e incrementada com as redes sociais, o modelo cultural mundial passou a ser o norte-americano, incentivador do consumismo, um prazer almejado mundialmente. Assim, o jornalismo de entretenimento praticado por lá - de culto às celebridades, de incentivo à indústria milionária dos paparazzi e de imposição a padrões de beleza absurdos - é hoje macaqueado em todo o globo. 

Entretanto, não precisamos continuar com o nosso complexo de vira-latas - como se referia Nelson Rodrigues ao sentimento tupiniquim de inferioridade aos europeus e aos norte-americanos - pois estamos em condição de competir cabeça a cabeça com os gringos no quesito como produzir um jornalismo de entretenimento de péssima qualidade. 

Basta uma navegada superficial nos três principais portais do país (UOL, Terra e G1) para comprovar o baixo nível do jornalismo de entretenimento praticado aqui. As manchetes fazem rir de tão risíveis e o conteúdo chega mesmo a assustar. "Luana Piovani chama Carolina Dieckman de tronquinho", "Grazi faz ensaio sensual e diz que usava enchimento", "Top Izabel Goulart curte folga patinando toda equipada" e outras pérolas. E a coisa segue ruim. 

O imbróglio causado por uma piada grosseira dita por Rafinha Bastos para Wanessa Camargo virou um espetáculo à parte e, após quase três semanas, o fato ainda reverbera na mídia e nas redes sociais. A surreal manchete do site F5, canal de entretenimento da Folha, "Feto de Wanessa é autor de processo contra Rafinha Bastos", foi uma verdadeira aula de jornalismo em como se criar um Fait Diver. 

E a expressão "aquilo que está ruim pode piorar" é levada à risca com o fim do diploma para o exercício da profissão. Ao invés de profissionais, veem-se aspirantes a celebridades atuando como repórteres, principalmente na TV. As entrevistas e matérias realizadas são puro nonsense, com as celebridades sentindo-se à vontade para trocar beijinhos, falar da dieta, negar boatos, divulgar trabalhos, gargalhar, reclamar dos paparazzi, enfim, uma festa entre amigos. 

O curioso nessa relação é que a fronteira entre fonte e repórter, base para a isenção e um dos pilares para a produção de um texto jornalístico de qualidade, simplesmente não existe. O professor e pesquisador Nilson Lage, ensina que é tarefa comum dos repórteres selecionar e questionar suas fontes, colher dados e depoimentos, situá-los em algum contexto e processá-los segundo as técnicas jornalísticas. Assim, técnica e teoria são ignoradas e conceitos díspares como jornalismo e assessoria de imprensa fundem-se.

Acredito que, além da globalização, um dos principais motivos para o declínio da qualidade do jornalismo de entretenimento esteja na facilidade e baixo custo de produção das notícias propiciadas pelo meio virtual. Hoje, meia hora após uma celebridade ser fotografada numa situação qualquer, já existe uma nota num site. Nesse processo tem-se a clara impressão de que a teoria do gatekeping, importante por exercer um filtro na qualidade informacional, parece não ter mais valor, pois com a inexistência de limites espaciais e custo quase zero para publicação de textos na web, sobra espaço para tudo. Desse modo, a qualidade informacional cede lugar ao fugaz e ao descartável, pressionada pela rapidez e pela instantaneidade com que a informação é obrigada a circular na web. 

O lamentável é que profissionais com prática e vasta bagagem cultural, aptos a produzir um jornalismo de entretenimento de qualidade veem sua área de atuação cada vez mais reduzida. A crítica literária, teatral, cinematográfica e musical que exige anos de estudo e preparação foi relegada a cadernos e matérias especiais nos meios impressos e sumariamente substituída pela resenha nos sites. 

Acredito que o empobrecimento do jornalismo de entretenimento é um caminho sem volta, pois enquanto houver público disposto a consumir esse tipo de assunto mais material com esse cunho será produzido. Nem mesmo o Código de Ética dos Jornalistas pode ajudar a reverter essa situação, pois o inciso II, do artigo 6º, diz que "é dever do jornalista divulgar os fatos e as informações de interesse público", e como o interesse do público tem se voltado para o que está no fundo do fosso, acostumemo-nos com o ruim, então.