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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quem é o dono da terra?



As diversas revoluções da comunicação sempre resultaram em grandes alterações nas relações sociais e na história da humanidade. Com a internet, o advento das redes sociais e a facilidade ao acesso à comunicação não foi diferente.
Há poucos dias, nos conflitos ocorridos no Egito, pudemos observar de forma inóspita a potencialidade da comunicação digital, bem como o seu - des - uso por fins políticos. Numa medida extrema o governo egípcio, em resposta aos protestos, decidiu suspender o sinal de internet e envio de SMS na maior parte do país.
O blackout digital começou logo depois que a Associated Press divulgou um vídeo onde policiais aparecem agredindo e ferindo um manifestante. Logo que as imagens se espalharam na rede o governo de Hosni Mubarak decidiu interromper o acesso da população a internet, com a desculpa de evitar maiores revoltas no país.
Outro exemplo de censura virtual que ilustra a potencialidade da comunicação digital ao mesmo tempo que nos preocupa devida suas filtragens abusivas é o que ocorre na China, classificado em estudo como um dos mais sofisticados esforços do mundo. 
A população chinesa é proibida de acessar notícias e informações que digam respeito a pornografia, independência de Taiwan e do Tibet, Falun Gong, Dalai Lama, incidente da Praça Tiananmen, partidos políticos de oposição e movimentos anti-Comunistas, agora também sobre o Egito e páginas como BBC.  Estabelecimentos que fornecem serviço de internet como os cybercafés e bibliotecas são obrigados por lei a rastrear cada click dado pelo usuário na rede, além de armazenar os registros por pelo menos 2 meses. Esta lei e outros arremedos em outras leis,  que inclui a regulação da mídia, proteção de segredos de estado, controle dos serviços da internet e de servidores de conteúdo, limitam a liberdade de expressão, ainda que o governo não assuma a censura.
No Brasil um marco regulatório da internet começou a ser estudado e debatido no ano de 2009 através da participação popular no site Marco Cívil da Internet, entretanto 1 ano e 4 meses depois de seu pontapé inicial pouco se ouve falar sobre o resultado final.
Com os crimes virtuais e todo o mal uso das plataformas digitais é certo que algo precisa ser feito, afinal não podemos tratar a internet como "terra de ninguém", entretanto chega a ser  inconcebível o ciberespaço passar a ser terra de um único dono.

Um comentário:

Anônimo disse...

Otímo post! Acho que o proxímo vc deve fazer sobre dados do uso e do acesso a internet na Paraíba, fazendo um panorama com o atual Governo ue promete investir nas Redes Sociais. Abraço de um Paulista,Caipira, mas que gosta muito da Paisagem da Paraíba.

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