Durante a minha inesquecível
infância eu sonhei e planejei – de forma despretenciosa – milhares de futuros. Desejei
ser cantora, e até Paquita. O que eu queria mesmo era fazer parte daquele universo lúdico, quiça ser famosa. Mas nasci morena, cor de canela e com quase
nenhuma afinação.
Os anos seguiram-se e lá
estava eu nos backstages de grandes shows, na condição de expectadora, quase
sempre em lugares privilegiados, acompanhando os meus interpretes favoritos. Por vezes troquei a tietagem pelo
deslumbramento de viver aquele universo, em meio a credenciais, seguranças, multidões, correria e repórteres, muitos repórteres.
Não tenho dúvidas de que esse meu
passado me trouxe até aqui. Na brincadeira fui assessora, publicitária e
jornalista, ainda que não atribuísse títulos às minhas atividades. Ainda que nem soubesse o que era ser tudo isso. Mas ali,
com uma identificação de “acesso livre”, fui picada pelo
bichinho da comunicação, e já não tinha como voltar atrás.
Mas ainda que eu puxe na memória, não
consigo me lembrar da exata época que adotei a comunicação, como objetivo
de profissão. Sei que certamente faz bastante tempo, e com total convicção, posso assegurar: nunca houve uma segunda
opção.
Não me pergunte o porquê, pois a
resposta eu não saberia dizer. Mas não é esse o dilema dos caprichos do
coração? Quem nesse mundo já entendeu ou explicou o amor? É como querer
descrever uma paixão... faltam as palavras. E se tentar usar a vocação como
razão, talvez pareça presunçosa, e não quero correr esse risco. (não esse!)
Agora, o desejo da fama já não me
acompanha, ficou lá atrás no passado, junto com os cantores e as canções que
embalaram meus ingênuos sonhos. Quanto
ao futuro... bom, esse ainda é uma surpresa, que eu sinceramente espero
escrever em muitos posts. Afinal, não foi para isso que eu vim???
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